Descoberta de que o Universo está se expandindo em ritmo
acelerado,graças a uma força contrária à gravidade, foi feita em 1998
por dois grupos independentes
O Prêmio Nobel em Física de 2011 acaba de ser anunciado pela Academia
Real de Ciências da Suécia e vai para um trio de cientistas que abalou
as fundações da cosmologia ao constatar que a expansão do Universo está
se acelerando.
Metade do prêmio, no valor de 10 milhões de coroas suecas, ficou com
Saul Perlmutter, do Laboratório Nacional Lawrence Berkeley e da
Universidade da Califórnia em Berkeley, nos Estados Unidos, enquanto a
outra metade foi dividida entre Brian Schmidt, da Universidade Nacional
Australiana, e Adam Riess, da Universidade Johns Hopkins e do STScI
(Instituto de Ciência do Telescópio Espacial), nos Estados Unidos.
A chave da descoberta foi o estudo de um tipo particular de supernova.
Em tese, essas estrelas, denominadas Ia ("um-a"), explodem sempre com a
mesma intensidade, o que faz com que seu brilho possa ser usado como uma
referência relativamente segura para medir a distância e a velocidade
de afastamento (baseada na distorção que a luz sofre ao partir de
objetos em movimento na nossa direção, o chamado efeito Doppler).
O grupo de Perlmutter foi o primeiro dos dois a trabalhar com isso, em
1988. Em 1994, Schmidt e Riess se juntaram ao esforço. As equipes
queriam usar as supernovas distantes como "faróis" no espaço, de forma a
mapear o Universo. Mas o que eles descobriram, ao mesmo tempo, em 1998,
foi muito mais assustador.
Os grupos encontraram cerca de 50 supernovas cuja luz era mais fraca do
que deveria ser. Ao comparar a velocidade de afastamento delas com a de
outras mais próximas, eles descobriram que a expansão do cosmos,
iniciada com o Big Bang, está se acelerando.
Por tudo que se sabia até então, a expectativa era de que o ritmo de
expansão estivesse sendo paulatinamente contido pela gravidade de todos
os objetos do cosmos, atraindo-se uns aos outros e combatendo os efeitos
do Big Bang. Contudo, ao que parece, há uma força desconhecida agindo
contra a gravidade -- e vencendo.
Nasceu assim o misterioso conceito da energia escura. Sua natureza exata
continua um enigma. Há quem defenda que se trata da própria energia
contida no vácuo, potencializada pelo aumento de "vazio" entre as
galáxias conforme a expansão cósmica foi avançando, mas a palavra final
está longe de ser dada. E, como ela parece corresponder a cerca de três
quartos de tudo que existe no Universo, fica a sensação de que ainda há
muito trabalho a ser feito pelos físicos até que todos os mecanismos do
cosmos estejam devidamente esclarecidos.
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Salvador Nogueira
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